quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O AQUECIMENTO PLANETÁRIO (I, II, III, IV e V) - reeditada em 11/01/2010 - Aquecimento global ? - Mudanças climáticas - Uma nova interpretação - Somente o vapor d`água e os gases estufa, principalmente o CO2, são responsáveis pelo aquecimento global ?....

O AQUECIMENTO PLANETÁRIO ( I, II, III, IV e V ) 
Reeditados em 28/01/2008, em 07/08/2008, em 11/01/2010 e em 14/10/2013


O AQUECIMENTO PLANETÁRIO ( I )

UM POSSÍVEL ERRO INSTITUCIONALIZADO - SOBRE O EFEITO ESTUFA 



  (1) Há  muitos  erros,  de  muitas  naturezas,  que  se  institucionalizam.
       Tornam-se aceitos como verdades incontestas,  e por isto prolongam
       no tempo suas consequências negativas. Na área do meio ambiente,
       o efeito estufa pode ser um deles  Felizmente, este não é um erro  da
       teoria em si, mas um erro,  ou melhor,  uma omissão na  análise das    
       causas e mecanismos do aquecimento planetário.  

  (2) Observando-se de um ponto de vista dedicado,  nada  se encontra de  
       errado   na  teoria  básica  do  efeito   estufa,   embora   possam  ser
       discutidos  qual o grau  correto de  interferência nas mudanças climáticas
       ou  os parâmetros e procedimentos nas medições das temperaturas médias.

  (3) Observando-se o problema do aquecimento planetário com uma visão
       ampla  e sistêmica, compreende-se  a "omissão"   na  análise  que
       concluiu ser o efeito estufa a única causa do aquecimento.

  (4) A compreensão completa da questão, certamente, não é assim tão
       difícil. É até mesmo banal, básica. Exige  raciocínio que até mesmo
       um leigo ou  uma  criança  entendem. E porque, então, os seres
       humanos, às vezes, se apegam cegamente em conceitos errados  ou
       incompletos ?

  (5) A  resposta detalhada  não é o motivo  deste texto,  mas   parece
       situar-se nos domínios da psicologia, que demonstra tornarem-se  os
       homens tacanhos de inteligência quando necessidades externas de
       mudanças ameaçam seus  desejos   e  sentimentos.  Ainda  mais
       complicado é entender como esta reação  individual pode  engendrar
       movimentos  coletivos  de  parca  inteligência.  (felizmente  também
       este é um problema a ser detalhado pela psicologia social).

  (6) Quanto  à   fonte   de   energia,   existem  3   tipos  de estufas : a
       endoenergética(endógena), a exoenergética(exógena), e  a mista. A
       terra, muito antigamente, era do tipo mista,  pois  recebia  energia do
       sol e ainda transferia para o exterior um resto de sua energia  interna.
       Estamos falando,  logicamente, do período quando  os  gases estufa
       principiaram em surtir seus efeitos. Mais recentemente, podemos
       considerar a terra, ou melhor, a sua  atmosfera,  como  sendo uma
       estufa exoenergética, ou  seja,  a  energia  para  seu  aquecimento
       provinha  de uma  fonte externa, o  sol.
 Podemos dizer que nos  últimos
       cem anos,  a atmosfera voltou  a  ser mista.  Exoenergética  pela  radiação
       solar entrante, e endoenergética por toda  dissipação  calorífica  provocada
       pela ação antrópica.
 Eis  um  primeiro  fator a  ser considerado  na
       análise sistêmica do aquecimento planetário.

  (7) Outra importante variante a ser dada atenção nos estudos é o grau de
       isolação  térmica  das  paredes  da  estufa.   Em  uma  incubadeira
       endoenergética de ovos, por ex., a perda de energia pelas paredes
       depende do material com o qual é construida a estufa-incubadeira. Por outro
       lado, imaginando-se a temperatura interna sem qualquer tipo de controle
       automático, sua  intensidade,  maior ou  menor,  dependerá  de dois
       fatores = do poder de isolação térmica das paredes e  da  energia    
       gerada dentro da incubadora.
Se troco  as resistências aquecedoras
       por outras de maior potência,  logicamente a temperatura interna  irá
       aumentar. Se revisto as paredes externas com isopor, terei o mesmo
       efeito de elevação de temperatura.

  (8) Em um  exemplo de  estufa  exotérmica  ou mista, o  raciocínio é o
       mesmo. Portanto, dois fatores  tem que ser analisados  para se definir
       as causas da  elevação  da  temperatura no interior de qualquer estufa =
       a intensidade de energia aplicada e o poder  de isolação  desta  energia 
       (que depende das condições físico-químicas das paredes). 
  (9) Um  terceiro fator imprescindível à  análise  correta  é   tempo.  Em
      quanto tempo a energia radiativa solar que entra na atmosfera terrestre
      consegue reirradiar-se para o espaço ?.




  (10) Há dois "aquecimentos" aos quais temos que nos  ater. O "diário",
        que durante a exposição solar mantêm a  atmosfera mais  aquecida,
        e que se arrefece paulatinamente à noite, e o "de  longo prazo",
        representado pelo (mínimo) aquecimento constante das  superfícies
        sólidas e líquidas do planeta.

  (11) O poder de retenção calorífico dos  imensos  corpos  de  terra, de
        pedra, de gelo e de água é muito grande, e tanto o seu aquecimento
        como seu arrefecimento são muito prolongados no tempo.

  (12) Da mesma  forma  existem  dois níveis de  temperatura   a   serem
        mensurados = o aquecimento médio atmosférico e o  aquecimento
        médio das superfícies.

  (13) Temos, por um lado, o efeito  estufa  do planeta terra intensificado
        pelas consequências da ação humana no ambiente e, por outro lado,
        temos o  aumento  endoenergético e exoenergético.    Do grau  de
        isolação  térmica   da   atmosfera e  do seu  oposto---o  grau  de
        transferência   de energia (na  região  do infravermelho)--- depende  o  
        aumento de temperatura  da  atmosfera e das  superfícies de nosso
        planeta. E mais :  o aumento de temperatura depende também do nível
        de  energia  aplicada ao sistema.  Há estudos  que  confirmam  um aumento
        das  radiações  solares nos últimos cem  anos, tanto  de forma  direta
        ---centrado no espectro da luz visível---, como indireta, através das atividades
        solares e  seus  consequentes  efeitos no  magnetismo ( solar e  terrestre ).
        Mesmo  que  aparentemente  pequeno,   tal   acréscimo   alteraria      
        sobremaneira  o clima   da terra.  Coincidentemente,   nas  últimas
        décadas, com a chegada da industrialização,  ocorreu o aumento do
        efeito estufa. (alteração nas características de  isolação térmica e de
        dissipação radiativa).Também, "coincidentemente", no mesmo período,
        a ação  antrópica   desnudou  continentes  pelo desflorestamento,
        construiu superfícies  sólidas  absorventes  e retentoras  de calor  e
        manipulou materiais produzindo energias ( endoenergia para a estufa )
        O resultado só pode ser um : o aquecimento planetário.

  (14) Desta visão, bem mais sistêmica que as tradicionais, depreende-se
        algumas conclusões... ( Cont.) 
        OBS  : Para melhor compreensão, leia-se as continuidades deste artigo.

 Luiz Antonio Vieira Spinola, nov/2006
 Direitos Autorais Reservados. Permitida a reprodução apenas gratuitamente pela Internet. 

Atenção : Entenda-se este texto como cogitações acerca do efeito estufa. As frases são construidas no modo afirmativo, porém por mera simplificação dos conceitos prováveis a serem transmitidos.
  



O AQUECIMENTO PLANETÁRIO ( II ) :
UMA NOVA INTERPRETAÇÃO

( Cont. de : “Um Possível Erro Institucionalizado”(1)- do efeito estufa. )= Aconselhável a leitura.


ATENÇÃO : Embora o texto a seguir use mais frases no modo afirmativo, considere-se apenas como efeito didático. São simplesmente proposições.

Resumindo o exposto no primeiro artigo, concluímos que o aquecimento planetário está aumentando por duas razões : uma, a já aceita e convencional emissão excessiva de gases-estufa; e outra---resultado principal do artigo anterior—, o aumento das radiações refletidas pela maior exposição das superfícies continentais à ação da energia solar, somada às aparentemente mínimas inserções de calor por toda manipulação energética efetuada pelos homens. (queimadas, fogões, motores, fricções, equipamentos e aparelhos eletro-eletrônicos, etc.)

Desta forma, vemos que o aquecimento planetário sofre um acréscimo, não só pela emissão de CO2 e de outros gases-estufa, mas também pela própria energia calorífica gerada pelas atividades humanas, inclusive a decorrente de peças em atritos. Mesmo que essa energia calorífica liberada na atmosfera possa ser diminuta, ela pressionará as conversões ao infravermelho e colaborará, com certeza, para o retardamento do escoamento da energia excessiva.( as paredes da estufa, mesmo que não agravadas pelos “gases estufa”, possuem um grau máximo de transferência do infravermelho ). Estudos de mensuração devem ser feitos para avaliarem o grau de interferência deste fenômeno.

Porém, a conclusão mais relevante não é esta. A própria luz solar quando “bate” nos asfaltos, nos telhados e nas terras agrícolas desnudadas—atualmente uma grande parte das superfícies continentais—transforma-se, em uma boa medida, em energia calorífica que se dissipa no ar atmosférico e que esquenta as superfícies. Esta energia calorífica excedente pressiona fortemente o efeito estufa ---que tem um limite de escoamento---para irradiar-se de volta ao espaço na forma de raios infravermelhos. Como conseqüência, temos que nem todo calor de um dia é retransferido, restando, após a noite, um acúmulo diário de energia. É este acúmulo que vai gradativamente aumentando a temperatura média do planeta. Temos aí uma conclusão importantíssima : Os vilões da história não são somente o CO2, o metano, o vapor d`água e outros : as cidades, as áreas agrícolas expostas à ação solar, as áreas desmatadas (mesmo sem queimadas) e a introdução artificial de energia calorífica pela ação antrópica, são, quem sabe, até mais responsáveis pelo aquecimento planetário. Mais uma vez pesquisas de comprovação teórica e de mensuração deverão ser feitas.

Em oposição, quando a quantidade de energia luminosa que atravessa a barreira das nuvens encontra as copas das árvores e o volume adensado de gigantescas florestas, ocorrem dois fenômenos favoráveis a um menor índice de manutenção térmica do planeta: uma reflexão(albedo), absorção e conversão  energéticas mais eficientes---distribuidas equilibradamente no tempo---, e uma perda de energia solar pela transmutação ocorrida nos processos fotossintéticos. Eis aí mais propostas e parâmetros a serem analisados e mensurados por pesquisas e experimentos.

Enfim,... Se as previsões dos níveis futuros do aquecimento “global”—dentro da análise corrente de que a causa única são os gases-estufa—apontam para conclusões críticas, muito mais preocupantes seriam as previsões embasadas em novas causas. (cont...)

Luiz A. V. Spinola, março/2007
Direitos Autorais Reservados. Proibida a reprodução, salvo gratuitamente pela Internet.
  

O AQUECIMENTO PLANETÁRIO ( III )

Conclusões Preocupantes



Considerando-se corretas as proposições apresentadas nas partes (1) e (2) – (ler), por várias razões teríamos uma situação preocupante : Em primeiro lugar, não existem estudos conhecidos e pesquisas adiantadas, bem como não existem previsões sobre o aquecimento planetário baseadas neste novo enfoque.

A partir deste ponto, este estudo só pode continuar se lhe for dado um caráter ainda mais cogitativo. Com esta ressalva, exclui-se qualquer possibilidade de se fazer sensacionalismo criando um ambiente de apreensão cataclísmica. Intenções de se expor um conhecimento pretensiosamente correto também se excluem.

Uma segunda conclusão que advém desta análise mais abrangente do aquecimento planetário é que os meios de educação ambiental—formal, não-formal e informal—logicamente desprovidos desta nova visão---, apresentam-se ineficientes para iniciarem uma urgente e profunda conscientização “global” da questão. Vê-se, desta forma, que o intuito do presente trabalho, além de inspirar pesquisas científicas, também visa estimular a disseminação destas proposições, tendo por base o princípio da “precaução”. Esta pressa é necessária tanto pela premência do assunto, como pela possível veracidade das proposições aqui apresentadas. Em relação aos problemas ambientais que conduzem ao risco a própria espécie humana, a “prudência” deve ser o eixo das ações que buscam solucionar os problemas. Isto significa que a sociedade precisa mudar valores e comportamentos—provisória e estrategicamente—mesmo que estas mudanças sejam requeridas por hipóteses, teorias e previsões com graus de previsibilidade bem inferiores a 100%.
(Cont...)

Luiz A V Spinola março/2007
Proibida a reprodução sem expressa autorização, salvo gratuitamente através da Internet.




O AQUECIMENTO PLANETÁRIO ( IV )

"A festa está boa, mas o gelo acabou....!!"
  

Uma notícia, hoje, preocupou-me : “Cientistas da Nasa prevêem que as geleiras poderão se derreter em 2012”—uma grande antecipação em relação às previsões anteriores, que projetavam o derretimento para os anos 2040 a 2100.

Em “O aquecimento planetário ( III )”, prudentemente, observei : “...Com esta ressalva, exclui-se qualquer possibilidade de se fazer sensacionalismo, criando um ambiente de apreensão cataclísmica....” No entanto, sinto ser necessário, também estimulado pela prudência, expor com realismo as  conclusões apresentadas de uma forma mais incisiva. A intenção de “não se criar um ambiente de apreensão cataclísmica” ainda continua, porém fatos recentes sobre conseqüências negativas geradas pelo aquecimento planetário exigem exposições mais rápidas, tendencialmente precisas e que se transformem em eficazes elementos de alerta.

Ora, se as sérias alterações geológicas, climáticas e biológicas têm suas causas no aquecimento global provocado pelos gases-estufa, quanto mais intensas e imprevisíveis no tempo seriam as alterações causadas pelo aquecimento planetário, este provocado pelos gases-estufa, pela diminuição da transformação de energia no processo fotossintético, pelo acréscimo calorífico das atividades humanas e, principalmente, pela não-absorção equilibrada de imensas quantidades de energia que “esquentam” as superfícies não-arborizadas “pressionando” a volta ao espaço do excedente de energia?

A que resultados aterradores chegarão os homens quando perceberem que todo e qualquer fruto de sua inventividade artificiosa provoca, direta e indiretamente, aquecimento da atmosfera e das superfícies sólidas e líquidas do planeta?

Mas, então, está a civilização, pelo menos da forma pela qual a conhecemos, fadada a perecer?

Ações simbólicas são tidas como “exemplares de desenvolvimento sustentável”; ações minimamente amenizantes são consideradas como soluções definitivas; irrisórias economias, modismos exibicionistas e todo um conjunto de demagogia ambiental alardeiam conceitos que aparentam salvar o mundo através da educação. O CO2, apropriado pelos capitalistas, já se tornou uma moeda!... O mesmo sistema que cria condições deletérias, oculta-as, a fim de manter o seu destruidor ritmo de crescimento. Incrível!...

Como podem os poderes públicos—a nível mundial—, as empresas e levas de indivíduos conduzidos por interesses de classes, terem execrado os pioneiros “exóticos” que defendiam a natureza e a vida comunitária desde os anos 60?...E depois ainda se apropriarem dos princípios básicos de “uma nova aldeia global”, para corrompê-los e adaptá-los—reduzindo-os a símbolos e amenidades—a fim de manterem seu pretenso crescimento econômico?

Impossível! Os homens estão iludidos em suas atuais aspirações!

Uma das participantes em um curso de educação ambiental sugeriu uma frase e um desenho representativo (a serem estampados nas camisetas) : “A festa está boa, mas o gelo acabou !!”.
Ironicamente, o gelo das geleiras já tem um ano previsto para o seu derretimento—e vai acabar.

A frase da moça sugere que está na hora de desligar o som e apagar as luzes, porque a festa acabou. E se os candidatos insistirem em permanecer?... O que acontecerá?... Rolarão bebidas, drogas, estrondos, conturbações e brigas pela madrugada afora? Certamente!...E o que restará? : Uma casa toda depredada, com seus móveis destruídos, suas paredes cravadas por balas, seus pisos ensanguentados...É isso que queremos para nossa casa “o planeta terra”?...É claro que não! Então, é melhor pararmos a festa no horário adequado, porque, se insistirmos em continuar...!

A festa está boa!!” significa toda facilidade e conforto promovidos pela tecnologia. Significa todo impulso positivo para a criatividade e a engenhosidade que antecedem os recursos materiais. Isto tudo é muito correto e bom, mas o gelo acabou.

O gelo significa um ponto máximo possível e ideal de equilíbrio entre as interferências humanas e as capacidades da natureza. E pode-se afirmar que, há muito, este ponto excedeu-se. O gelo é toda possibilidade concreta, no espaço e no tempo, dos seres humanos harmonizarem-se com seu meio ambiente e com toda a vida que os cerca—o seu meio biológico. O gelo é o conceito da verdadeira sustentabilidade, bem longe do que dizem por aí a seu respeito, pois não consideram cada seccionada sustentabilidade dependente de sua integração sistêmica. Um projeto pode ser sustentável em si mesmo, porém, com certeza, insustentável, se compreendido sistemicamente como parte de um gigantesco projeto insustentável de crescimento ininterrupto.

O gelo acabou. Pelo menos por enquanto : Não há mais tempo para simbolizar pequenas ações em favor do meio ambiente; não adianta mais economizar água e luz; de nada servirá sermos partidários de “energias limpas”; não mais adianta plantar árvores em divulgados projetos—pois só bilhares é que resolveriam. Não é pessimismo. É realismo! Não dispomos mais de tempo para tentarmos morosamente rearranjar a casa com a adoção de projetos seccionadamente sustentáveis. Os homens só têm uma alternativa—se quiserem se salvar como existem hoje, e a milhares de outras espécies— : Estratégicamente, e por um certo tempo, pararem de crescer, retrocederem e refugiarem-se em seus dias antigos.

Esta é uma figura de retórica?...Ou é realmente nossa única opção, até que novos valores e novas perspectivas nasçam para nortearem uma nova civilização?...

(Não se desespere! Na continuação, em (V), tentaremos “otimizar” a realidade)


Luiz A. V. Spinola, dezembro/2007
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AQUECIMENTO GLOBAL OU PLANETÁRIO ? Aquecimento Planetário V

Uma resultante proveniente de fatores que promovem o aquecimento e fatores que promovem o
resfriamento – Arrefecimento – Posicionamento científico imparcial e não tendencioso.
Aquecimento ou resfriamento ? - Influência de fatores espaciais ou extra atmosféricos no tempo e na temperatura média do planeta.



Em princípio, tanto faz, desde que global e planetário possuem a mesma significação. No entanto, neste artigo, designaremos o aquecimento do planeta como “planetário” a fim de salientar a compreensão de que este fenômeno é uma resultante de vários fatores, uns positivos, que intensificam o efeito, e outros negativos, que o declinam. A distinção que aqui se faz é a de que o aquecimento planetário, ou global, não é uma simplista interpretação proveniente apenas da excessiva emissão de gases de efeito estufa pela ação humana ( CO2, metano e outros ).

Ademais, o termo “planetário” mostra-se mais adequado quando se refere ao aquecimento do planeta terra e não ao aquecimento do globo terrestre. O termo “globo” foi mais utilizado como ferramenta didática nas escolas e é mais relacionado à idéia de sociedade, como por exemplo, “compreensão global”, problemas globais e globalização. Portanto, como significativo físico, a palavra “planetário” é bem mais conveniente.

Um posicionamento científico não pode ser tendencioso, não pode ser limitante e muito menos imprudentemente afirmativo. Os sistemas complexos, como o são os macro-sistemas geológicos e espaciais envolvidos, longe estão de serem plenamente compreendidos. Quaisquer afirmações a respeito, embasadas apenas em hipóteses, necessariamente recaem no erro dos religiosos. Transformam psicologicamente suas crenças em verdades.

A busca científica pelo fato, da mesma forma que a busca religiosa pela pretendida verdade, deve caracterizar-se  essencialmente pela imparcialidade. De outro modo estaria fadada à incoerência e ao fracasso.

Imbuídos desta consciência é que vamos admitir, agora, a validade dos fatores negativos, ou seja, aqueles que influenciam para a diminuição do aquecimento planetário e, em se intensificando, para o seu possível arrefecimento ou resfriamento.

Enumeramos, pois, e em primeiro lugar, as causas que concorrem positivamente para o aquecimento planetário, conforme esta visão sistêmica do problema :

1 – O aumento do teor de gases de efeito estufa.
2 – O desequilíbrio térmico provocado pelo desflorestamento de grandes áreas continentais
( ver acima : Aquecimento Planetário II ) e a construção de áreas sólidas artificiais.
3 – O incremento de energia térmica na atmosfera por ação antrópica ( ver acima : Aquecimento Planetário II ), na conversão de energias.
4 – O possível aumento, aparentemente irrisório, da energia solar em conseqüência da diminuição das transformações nos processos fotossintéticos (ver também links acima).
5 – O possível aumento na radiação da energia solar nos últimos cem anos ( Ver "Evidências do Aquecimento Global em....", e nos estudos de Mangini )


Causas que concorrem negativamente, ou seja, que tendem a diminuir a temperatura média do planeta :

1 – O aumento dos aerossóis, ou partículas suspensas. A poeira, a fumaça, a fuligem e as partículas orgânicas dispersas na atmosfera dificultam a passagem da luz solar e promovem uma menor entrada de energia, principalmente na atmosfera superficial. Como resultado, a temperatura tende a diminuir.
2 – O aumento do magnetismo solar direto, ou geral, experimentado provavelmente em anos de baixo número de manchas solares, potencializa a formação de nuvens e, consequentemente, diminui a entrada de energia radiativa solar na troposfera, ou atmosfera superficial.
3 - A diminuição na densidade e na aceleração do vento solar e a diminuição do número e do grau de intensidade das CMEs possibilitam a entrada franca dos raios cósmicos na baixa atmosfera. Como os raios cósmicos promovem uma maior formação de nuclídeos orgânicos, de gotículas e finalmente de nuvens, temos, consequentemente, uma maior cobertura de nuvens, um aumento da refletância da luz solar, e uma diminuição da temperatura. Soma-se ainda uma queda de temperatura pelo aumento provável das precipitações.


Quanto aos fatores positivos e negativos citados acima, podemos emitir três interpretações :

a - Se o aumento dos furos coronais e das CMEs, que ocorrem em anos de grande atividade solar, diminuir a formação de nuvens pela diminuição dos raios cósmicos,  temos que, nos anos 2010 a, pelo menos, 2014, experimentaremos uma tendência de incremento nas temperaturas médias do planeta (no que depender desta causa).
b - Se o aumento dos furos coronais e das CMEs - que, por suas emissões de partículas sub-atômicas, diminuem a impactação dos raios cósmicos na baixa atmosfera ( o que tende a formar menos nuvens - raciocínio acima, em "a") - coincidir com um aumento no magnetismo solar (que tende a formar mais nuvens) nos próximos anos previstos para intensificação das atividades solares, temos que estas duas possíveis causas se cancelam, ou disto se aproximam, sendo insignificantes a sua interferência no aumento ou diminuição da temperatura média do planeta.
c - Se o aumento das atividades solares significar um aumento preponderante do magnetismo solar e um aumento na formação de nuvens, e nas precipitações (chuvas), então teremos para 2010 a 2014 (talvez até 2016) uma tendência de diminuição de temperatura (no que depender desta causa).
OBS - Se, ao invés do ciclo solar de 11 anos, considerarmos outros ciclos, como o de 22, então as implicações nas exibições de temperaturas terão se ser estendidas.

Podem outros fatores, positivos ou negativos, como possíveis alterações na condução do calor do núcleo da terra, serem admitidos na análise que determinará a resultante final : aquecimento, arrefecimento ou estabilização ? Certamente que sim.

Aquecimento ou resfriamento, global ou planetário ? O mais importante é a conclusão de que a humanidade deve saber posicionar-se diante de incertezas. Precaver-se das formas possíveis : por um lado, diminuir ou eliminar as causas do possível aquecimento (reflorestar as superfícies continentais, diminuir a introdução de energia endotérmica na estufa e diminuir a emissão de gases de efeito estufa) e, por outro lado, preparar-se tecnologicamente a fim de adaptar-se a possíveis alterações climáticas e geológicas. O princípio da precaução deverá nortear os caminhos  para uma possível futura sociedade, além de uma possível futura relação harmoniosa entre homens e natureza.


Luiz Antonio Vieira Spinola, 31/12/2009


Conheça a pesquisa que estuda a influência de fatores extra-atmosféricos, principalmente do magnetismo solar, sobre o tempo e o clima - Ambiente Cientifico 1





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