quinta-feira, 14 de outubro de 2010

OS CANAVIAIS DO NORTE DE SÃO PAULO E A POLUIÇÃO - Queimadas - Biocombustíveis - Álcool - Açúcar - Energia renovável - Poluição atmosférica - Certeza de energias limpas -

Os Canaviais do norte de São Paulo e a poluição
  

Rio Grande. Ponte velha, ponte nova. Finíssimos cílios verdes ladeando o rio. Terra fértil !! Vermelha !! Terra rocha. Ao longe, uma ínfima porção de árvores portentosas, uma amostra de como ali, no passado, a floresta era exuberante. De resto, só cana. Cana, cana, e mais cana....e umas débeis nesgas de árvores perdidas na imensidão dos canaviais.

É de manhã, bem cedinho. Velhos ônibus descarregam trabalhadores rurais. É hora da faina que talvez possibilitará ao baiano moderado em  gastos a compra de uma sonhada moto. Antes do natal os jovens trabalhadores nordestinos retornam às suas cidades contentes por terem economizado “uns trocos”.

Adiante, outro grupo de operários. São técnicos e devem estar planejando o trabalho das máquinas. Agora os serviços braçais são reduzidos, e os das máquinas aumentados. Para a visão do empreendedor progressista a continuidade da estrada descortina uma observação admirável : açúcar e álcool, em imensas quantidades sairão dali. Para a visão do ecologista progressista, tudo aquilo significa um excesso : excesso de civilização, de açúcar refinado, o pior alimento industrializado que existe, de álcool, o éter vegetal roubado das canas, embora cultivadas, que moverão os veículos que se crêem poluir menos.

Para a produção destas imensas quantidades de álcool e açúcar exigem-se, também, imensas extensões de terra. São milhares de km 2, só no estado de São Paulo, impossibilitados de acolherem em seu solo a diversificada vida que ansiosamente o deseja. As canas estão aprisionadas ao chão. Elas não saem, e milhares de outras espécies vegetais não podem entrar.

A terra, por vários meses do ano, permanece desnuda, ou as touceirinhas emergentes das canas a cobrem parcialmente. Com isto a terra se esquenta e os raios solares indevidos são refletidos, corrompendo a atmosfera. Onde estão as raízes das árvores que poderiam estar lá ? Não existem. Por este motivo, em todas aquelas extensões, diminui a infiltração de água no subsolo. Onde está a grossa camada de húmus resultante de folhas, galhos e animais em decomposição ? Não existe mais, porque canas não são árvores. Finalmente resulta uma queda significativa na produção de vapores d`água e pólens que são imprescindíveis à formação de nuvens e chuvas não apenas nesta região, mas também em outras, quiçá, regiões tendentes à seca, que se tornam mais secas por não receberem, através dos ventos, os bafios vitalizantes das agora quiméricas florestas do sul.

Consumir açúcar ? Viajar com o veículo movido a álcool ?....Que perda para a natureza.  Que grave apropriação e agressão !!

Ambos, açúcar e álcool, são um engodo da indústria e um ingênuo desconhecimento das pessoas. O açúcar agregado aos alimentos, desequilibra-os, tornando o corpo que os ingere também desequilibrado, além de torná-lo susceptível a disfunções orgânicas e ao ataque de inúmeras doenças. Felizmente, embora tardos, os profissionais de saúde estão começando a reconhecer este fato e orientando corretamente as pessoas.

O álcool só polui menos se comparado à terrível poluição provocada pela gasolina ou pelo óleo, porém isto é uma relação pequena. A realidade é que o álcool polui tanto o ar atmosférico, diretamente, como indiretamente a todo o meio ambiente porque os veículos a álcool são produtos da indústria poluente, e a necessidade de transportes e de outros meios básicos de produção acarretam outros tipos de poluição. Além disso, quanta poluição e desequilíbrios na terra, no ar,  nos lençóis subterrâneos, nos processos das chuvas, que a produção rural do álcool provoca.

Então o que fazer ?....Simples !! Não é mais inteligente trocar o açúcar pelas frutas e o mel ?. Torna-se desnecessário explicar as razões.

Quanto a um substituto do álcool....( o mesmo raciocínio se aplica ao biodiesel ). Pra quê ?....Enquanto a ciência e a tecnologia não desenvolverem combustíveis realmente ecológicos é melhor trocar o jato pelo carro, o carro pelo ônibus, o ônibus pela moto, a moto pela bicicleta, a bicicleta pelo cavalo, e finalmente deixe-se tranqüilo e livre o cavalo e ande-se a pé !!....

Luiz Antonio Vieira Spinola, nov/2003
1ª publicação : 05/08/2008  


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